A população quilombola no Brasil é composta por 1,3 milhão de pessoas, distribuídas em 7.666 comunidades que habitam 8.441 localidades em 25 unidades da federação, segundo dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IBGE esclarece que algumas comunidades se estendem por mais de uma localidade, resultando em um número maior de agrupamentos do que de comunidades.

Pela primeira vez, o Censo 2022 coletou informações específicas sobre pessoas quilombolas, considerando a autoidentificação dos entrevistados independentemente da cor de pele. As comunidades quilombolas foram identificadas como localidades com um aglomerado permanente de habitantes quilombolas, com no mínimo 15 pessoas cujos domicílios estão a, no máximo, 200 metros de distância uns dos outros. Segundo Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, o pertencimento a essas comunidades envolve questões étnicas, históricas e sociais.

A maior parte das localidades quilombolas está na Região Nordeste, com 5.386 localidades (63,81% do total), seguida pelo Sudeste (14,75%) e Norte (14,55%). O Maranhão lidera com 2.025 localidades, representando 23,99% do total nacional, enquanto a Bahia, com 1.814 localidades, tem a maior população quilombola, com 397 mil pessoas. Minas Gerais e Pará também têm registros significativos, com 979 e 959 localidades, respectivamente, enquanto apenas Acre e Roraima não registram localidades quilombolas.

Apenas 15% das localidades quilombolas estão em territórios oficialmente reconhecidos pelo Estado. Dos 20 municípios com mais localidades quilombolas, 11 são maranhenses, com Alcântara/MA (122) e Itapecuru Mirim/MA (121) liderando. Macapá, no Amapá, é a única capital no ranking, na 14ª posição, com 56 localidades.