Com a chegada do Dia dos Povos Indígenas, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) destaca os esforços para garantir a maior participação indígena da história nas Conferências das Partes (COP), especialmente na COP 30, que será realizada em novembro, no Pará. Considerada a primeira edição sediada na floresta, a conferência será estratégica para expor ao mundo os desafios da proteção do bioma amazônico e das populações tradicionais. O MPI busca ampliar o protagonismo dos povos indígenas na agenda ambiental global, destacando sua importância para a conservação da biodiversidade e o enfrentamento das mudanças climáticas.

Apesar do reconhecimento formal do Acordo de Paris (2015) sobre a importância dos saberes indígenas para a mitigação climática, apenas cerca de 1% do financiamento ambiental internacional chega a esses povos. Ainda assim, são eles que protegem a maior parte da biodiversidade do planeta. Diante disso, o MPI e a Presidência da COP 30 têm promovido iniciativas como a criação do Círculo dos Povos e a Comissão Internacional Indígena, presididos por Sonia Guajajara, além da realização do Ciclo COParente — série de encontros pelo Brasil que promovem escuta ativa, formação e articulação para qualificar a presença indígena no evento.

Além das ações de mobilização, o governo brasileiro planeja lançar novos mecanismos financeiros, como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre e a renovação da Promessa, que pretende canalizar recursos diretamente para organizações indígenas. Esses anúncios, esperados durante a COP 30, buscam reestruturar a lógica do financiamento ambiental e garantir que os recursos cheguem aos verdadeiros guardiões das florestas, reconhecendo seus territórios e conhecimentos como essenciais para conter a emergência climática global.

Fonte: Ministério dos Povos Indígenas