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"Nature" publica alerta para risco de intensificação da degradação ambiental na reconstrução do RS

Grupo de cientistas do IBIO-UFRGS Sustentabilidade manifesta preocupação com soluções focadas somente em grandes obras, sem considerar a natureza e o funcionamento dos ecossistemas

20 de julho de 2024

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A revista científica Nature publicou uma carta de professores do Instituto de Biociências da UFRGS que expressa preocupação com as respostas dos governos municipais, estadual e federal para enfrentar as enchentes no Rio Grande do Sul. Os autores, Luiz R. Malabarba, Fernando G. Becker, Maria João Ramos Pereira e Márcio Borges Martins, criticam as propostas baseadas em grandes obras de infraestrutura, como canais de drenagem e barragens, argumentando que essas medidas causam alterações ambientais significativas e ameaçam a biodiversidade e os meios de subsistência das populações locais. Eles alertam que tais intervenções podem piorar a degradação ambiental, exacerbando as catástrofes naturais.

Os autores da carta fazem parte do grupo IBIO-UFRGS Sustentabilidade, que visa alertar a população e contribuir com as autoridades sobre a importância dos serviços ecossistêmicos e soluções sustentáveis. Eles defendem que as respostas às enchentes devem considerar a natureza e os ecossistemas, utilizando ambientes preservados para mitigar os impactos climáticos. Os pesquisadores ressaltam que a preservação e o uso sustentável dos ambientes fornecem serviços ecossistêmicos essenciais, como a retenção de água e a proteção do solo, que são cruciais para a preservação do patrimônio, atividades econômicas e saúde humana, além da biodiversidade.

Em outro artigo no Nexo Jornal, o grupo enfatiza a necessidade de integrar o conhecimento ecológico na resposta à crise climática. Eles destacam que a conservação da natureza oferece uma solução dupla: reduz as emissões de gases de efeito estufa, mitigando o aquecimento global, e diminui os impactos das mudanças climáticas sobre as pessoas e a vida selvagem. Os pesquisadores criticam a falta de consideração pelos serviços ecossistêmicos nas propostas governamentais, apesar dos alertas da comunidade acadêmica sobre os impactos ambientais que amplificaram a tragédia no Rio Grande do Sul.

Fonte: UFRGS

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