Titulação dos territórios quilombolas foi principal demanda de encontro em Brasília
O "II Aquilombar: Ancestralizando o Futuro" foi um evento histórico realizado pela Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), e que reuniu milhares de quilombolas de todo o Brasil em Brasília (DF) no último dia 16.
Letícia Jury
21 de maio de 2024
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O "II Aquilombar: Ancestralizando o Futuro" foi um evento histórico realizado pela Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), e que reuniu milhares de quilombolas de todo o Brasil em Brasília (DF) na quinta-feira (16). O encontro visou reivindicar direitos e promover a valorização da cultura e tradições quilombolas. O evento incluiu cobranças de lideranças, entregas do Governo Federal e uma marcha até o Congresso Nacional.
A principal demanda foi a titulação dos territórios quilombolas. Ministros, ministras e outros representantes do Governo Federal ouviram as reivindicações das comunidades, e uma carta com as necessidades dos quilombos foi entregue às autoridades. Durante o ato, coordenadores da CONAQ denunciaram assassinatos de quilombolas devido a conflitos territoriais. “Muitos não estiveram aqui no Aquilombar porque tombaram pela luta pelo território ancestral”, disse emocionada Selma Dealdina Mbaye.
As lideranças destacaram a insegurança causada pela demora na titulação dos territórios, que resulta em conflitos, ameaças e assassinatos. Um estudo divulgado pelo Instituto Socioambiental (ISA) em parceria com a CONAQ revelou que mais de 98% dos territórios quilombolas estão ameaçados no país. O evento também contou com feira temática quilombola, oficinas, performances culturais, rodas de conversa e uma grande caminhada em Brasília.
Biko Rodrigues, coordenador executivo da CONAQ, exigiu políticas que garantam dignidade para os quilombolas, destacando a resistência e a luta pela democracia e pela vida. Givânia Silva, co-fundadora da CONAQ, reafirmou a importância da participação quilombola nas decisões do governo, defendendo a presença ativa nas políticas que os afetam diretamente.
Fonte: https://conaq.org.br/