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Saberes tradicionais são componentes da biodiversidade do Cerrado

"São os grupos guardiões e de proteção da natureza que compõem o Patrimônio Histórico e Natural do bioma", destaca a professora Josana de Castro Peixoto. Segundo ela, são as comunidades protagonistas que promovem a defesa socioambiental do Cerrado.

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24 de abril de 2024

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Letícia Jury

A biodiversidade do Cerrado não se limita à fauna e à flora, mas também engloba saberes. Essa afirmação foi feita pela pós-doutora em Biologia e Ecologia Aplicada, Josana de Castro Peixoto, durante a mesa "Justiça e Direitos Humanos" do II Diálogos Acadêmicos em Direitos Humanos, realizado pela UEG Câmpus Central Nelson Abreu Júnior, em Anápolis, em conjunto com a UNQ Argentina e a PUC de Campinas, na manhã de terça-feira, dia 23.

A professora, que atua tanto na graduação quanto no programa de pós-graduação em Territórios e Expressões Culturais do Cerrado (TECCER) da UEG, abordou o tema 'Saberes Ambientais e Tradicionais do Cerrado'. Ela ressaltou que a biodiversidade não se limita apenas às espécies e à química, mas principalmente aos saberes. "São os grupos guardiões e de proteção da natureza que compõem o Patrimônio Histórico e Natural do bioma", destaca.

Segundo a professora, são as comunidades protagonistas que promovem a defesa socioambiental do Cerrado. Josana Peixoto fez uma breve explanação sobre quilombolas, geraizeiros, quebradeiras de coco babaçu e povos indígenas, citando como fonte o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), e trouxe dados que mostram que o Cerrado abriga aproximadamente 216 terras indígenas (TIs) e 83 diferentes etnias, distribuídas principalmente nos estados do Maranhão, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com uma população indígena de aproximadamente 100 mil habitantes.

Existem atualmente 44 territórios quilombolas. Neste sentido, o objetivo da palestra foi sensibilizar sobre a importância dos saberes, dos cultivos e das tradições para a preservação do bioma Cerrado e a manutenção de sua biodiversidade, que passa pela valorização das comunidades.

Ainda na manhã de terça-feira, foram ministradas as palestras 'Conectando os pontos: Meio Ambiente, Direito à Saúde e Direitos Humanos em tempos de pandemia', por Jordão Horácio, 'A ocupação do território e o estranhamento da natureza do Cerrado', por Eliezer Cardoso de Oliveira; e 'Emergência climática e políticas públicas nas cidades', por Cláudio José Franzolin. 

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