"Exposição ao glifosato pode levar à demência", revela estudo da Universidade Estadual do Arizona e pela City of Hope
O glifosato é o herbicida não-seletivo mais comercializado globalmente, representando 60% do mercado e gerando US$ 1,2 bilhão por ano.
06 de dezembro de 2024
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O jornal Correio Brasiliense divulgou um estudo liderado pela Universidade Estadual do Arizona e pela City of Hope, que revelou que a exposição ao glifosato, um herbicida amplamente utilizado, pode causar danos cerebrais de longa duração. Em experimentos com camundongos, os pesquisadores identificaram que o glifosato provoca inflamação no sistema nervoso e acelera a neurodegeneração, semelhante à observada na doença de Alzheimer em humanos.
Os subprodutos do herbicida, como o ácido aminometilfosfônico, foram encontrados acumulados no cérebro, mesmo após o fim da exposição, o que gerou impactos persistentes na saúde neural e comportamentos relacionados à ansiedade. A pesquisa também revelou que os camundongos expostos ao glifosato morreram prematuramente e apresentaram sintomas comportamentais que persistiram mesmo após seis meses de recuperação.
Esses achados levantam preocupações sobre a segurança do herbicida, especialmente em comunidades rurais com maior exposição devido à agricultura em larga escala. O jornal trouxe a fala do cientista Ramon Velazquez, que destacou a necessidade urgente de mais estudos sobre os impactos do glifosato, dado o aumento do declínio cognitivo em populações expostas ao produto.
Mas o que é o glifosato?
O glifosato é o herbicida não-seletivo mais comercializado globalmente, representando 60% do mercado e gerando US$ 1,2 bilhão por ano. Desde sua introdução em 1971, é amplamente utilizado para eliminar ervas daninhas, sendo absorvido pelas folhas e transportado por toda a planta, inibindo o metabolismo de aminoácidos e resultando na morte gradual da vegetação. Apesar de considerado de baixa toxicidade em comparação com outros organofosforados, seu uso contínuo tem levado à resistência em algumas espécies de ervas daninhas e a impactos ambientais, como a presença de resíduos em colheitas, animais destinados à alimentação humana, solo e, em menor escala, águas subterrâneas e potáveis.
A aplicação de glifosato pode deixar concentrações elevadas do herbicida e de seu metabólito AMPA no ambiente, com maior acúmulo em folhas novas e solos. Embora a detecção em água subterrânea seja rara, há relatos de sua presença em águas superficiais devido ao uso direto como herbicida. Dado o uso massivo do glifosato, é essencial aprofundar estudos sobre suas propriedades físico-químicas, interações ambientais e métodos de quantificação para avaliar melhor seus riscos e impactos no ecossistema e na saúde humana.
Para ler a matéria completa no Correio Brasiliense: Agrotóxicos: exposição ao glifosato pode levar à demência
Para ler o artigo dos pesquisadores: SciELO - Brasil - Glifosato: propriedades, toxicidade, usos e legislação Glifosato: propriedades, toxicidade, usos e legislação